minha vida
cara e pobre
vivo de comemorar
o que me falta
o que me sobra
a corda que o pescoço
corta
a lâmina a desafiar
o barro que ficou na sola
do pé
o acorde descabido
a fruta sem caroço
minha vida
farta e oca
tudo transformado
em festa
o que me aperta
o que me solta
o riso na garganta
o ânimo de respirar
anéis de temperança
a insônia das ovelhas
malabar de estrelas
a minha vida
nova e velha.
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