A noite é imprecisa
navio na corcova
do camelo
o Homem se abriga
na tempestade
de si mesmo.
Dois
o Deus e Ele
entre os raios
procurando
os dias no espelho.
A sorte é escondida
enguia em meios às algas
pesadelo
o Homem se acredita
náufrago do naufrágio
de si mesmo.
Pelas ruínas
-- cego --
circulares
lendo labirintos
com os dedos.
A morte é esquecida
memória contrária do começo
o Homem se multiplica
no mito, no ídolo, no avesso.
E é o Tempo
espuma
sobre os mares
-- congelado --
um só segundo
único e espesso.
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